Tereza Cristina diz: Se quiserem que preservemos mais do que prevê o Código Florestal vamos conversar

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que o Brasil e o setor agropecuário do País precisam “dar informações corretas e de maneira clara e transparente sobre meio ambiente” para os críticos da política ambiental do País. “Precisamos falar o que é bom e também o que temos de corrigir”, disse ela, ao responder às questões de consultores da Necton, em live.

Tereza Cristina acrescentou, no entanto, que não funciona a estratégia de simplesmente acusar os países que criticam o desmatamento no Brasil se eles já terem acabado com suas florestas. “Eles acabaram mesmo (com as florestas deles), mas isso já acabou. Temos de ser pragmáticos e fazer com que eles venham nos ajudar”, continuou. Sobre os detratores do Brasil, que ficam exigindo que se preserve mais do que o Código Florestal prevê, ela foi enfática: “Eles querem que preservemos mais do que o Código Florestal exige. Aí, porém, é outra conversa. Precisamos ver o que podemos tirar de vantagem disso”.

A ministra citou o movimento recente de investidores estrangeiros, que ameaçaram retirar recursos do Brasil caso o governo não coloque um freio no desmatamento da Amazônia. “Eles estão preocupados porque hoje existe uma consciência ambiental no mundo; não adianta a gente achar que não existe e reagir a ela”, continuou. “Temos de fazer deste limão uma limonada, mas, em primeiro lugar, vem a soberania do nosso País. Quem dará o destino para o Brasil serão os brasileiros”, assinalou.

A ministra voltou a repetir um discurso recorrente, de que o Brasil é o País que mais preserva a natureza no mundo. “Temos um Código Florestal muito rígido; ninguém tem um código como o nosso, mas precisamos mostrar o que estamos fazendo. Não adianta só dizer. Temos de comprovar o que fazemos de bom e não só deixarmos que mostrem nossas mazelas”. De todo modo, ela reconheceu que a “temperatura” em relação às críticas ao Brasil está alta, sobretudo no setor ambiental. “Precisamos ter bom senso e baixar essa temperatura para mostrar o que temos de bom e as mazelas que temos e corrigi-las”.

Indagada, ainda, sobre se o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não estaria atrapalhando as tentativas de o setor agropecuário brasileiro se firmar como sustentável aos olhos do mundo, ela discordou. “O ministro Ricardo Salles não é uma pedra no meu sapato. Nós temos um diálogo muito franco e aberto e ele entende as nossas questões”, disse. “É claro que a pasta dele é cuidar do meio ambiente; a minha, da agricultura, mas elas não andam separadas”. Tereza Cristina enfatizou, ainda, que as pessoas “têm de entender” que há legislação ambiental no Brasil e que ela é rígida. “O que falta, por vezes, é segurança jurídica, com extrema judicialização de processos”, afirmou.

Fonte: Broadcast Agro por Tânia Rabello

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