Uso das tecnologias não tem volta

Por Ivan Ramos, diretor executivo da Fecoagro

O avanço das tecnologias pode ser equiparado aos rios. Depois que as águas passam por um local, elas não retornam. Virão novas águas, mais limpas e transparentes, porque muitas das impurezas já foram embora. É assim que devemos encarar o avanço tecnológico. Ele está presente em todos os setores, em todas as regiões, em todos os produtos, em todas as idades, e não tem volta. Aqueles que pretendem se opor às novas tecnologias tendem a ficar para trás. É verdade que a nova geração tem mais facilidade em assimilar, entender e adotar as novas tecnologias. Mas essa geração também precisa filtrar o que recebe e pretende adotar ou disseminar, para não desconsiderar a experiência de vida de outras gerações que têm o conhecimento da estrada já percorrida. Associar o antigo com o atual certamente levará à prática ideal do uso das novas tecnologias com resultados.

No meio rural, a tecnologia tem avançado a passos largos. Basta avaliar o que ocorreu em menos de duas décadas para entender quantas mudanças aconteceram. E o que é melhor: a cada ano, elas se tornam mais dinâmicas, rápidas e acessíveis. Os dias de campo das cooperativas estão aí para mostrar o quanto avançou nas atividades rurais. Isso se aplica a todas as áreas: insumos, genéticas ou equipamentos, independentemente do tamanho das propriedades agrícolas. Por outro lado, é preciso estar ciente de que os avanços tecnológicos precisam estar integrados às diversas ferramentas para produzir resultados. Por exemplo, não adianta possuir equipamentos modernos de última geração e aplicativos práticos e eficientes se a tecnologia subjacente não estiver disponível.

Um exemplo concreto: o que adianta ter um celular de última geração se não há sinal de internet compatível? O que adianta ter avançados equipamentos de controle de qualidade, de redução de mão de obra braçal e de redução de perdas no campo, se não houver energia elétrica de qualidade para acionar esses equipamentos? De que adianta ter instrumentos avançados se não houver treinamento para profissionalizar os operadores? De que adianta termos sistemas de comunicação instantânea nas redes sociais, eficientes, seguros e sigilosos, se as pessoas que deveriam acessá-los não o fazem? Não podemos esquecer que a modernidade só oferece resultados se todos os envolvidos no processo utilizarem as ferramentas disponíveis em igualdade de condições. Isto é, se alguém não se envolver no processo, não se relacionar com o mesmo sistema e não seguir as mesmas normas, o resultado será prejudicado.

Portanto, precisamos entender que a tecnologia é irreversível e só tende a avançar, mas as pessoas que a utilizam são responsáveis pela estrutura. A responsabilidade recai sobre gestores públicos, administradores, dirigentes de empresas, cooperativas e políticos. Para obter resultados com as novas tecnologias, é necessário empenho, dedicação e disposição de ambas as partes: quem fornece e quem recebe. Aqueles que dizem não gostar ou não querem saber da modernidade ficarão para trás, pois o mundo continuará avançando. Pense nisso. 

Fonte: Fecoagro 

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