Um reconhecimento necessário

Publicado em: 12/07/2023

Neivor Canton Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos (AURORA COOP) e vice-presidente para assuntos do agronegócio da Federação das Indústrias de SC ( FIESC) 

Agricultura, agronegócio, agroindústria, empresário rural, família rural. Aos poucos, a sociedade brasileira vai conhecendo e valorizando esse multifacetado universo da vida nacional. É um setor que se impõe pela sua retumbante importância econômica, gerando superávits para a balança comercial da ordem de 140 bilhões de dólares por ano. A expressão mais recente desse crescimento foi o aumento de 21,6% no primeiro trimestre deste ano, impulsionando o PIB desse período em 1,9%. 

O setor primário da economia verde-amarela é responsável pela cada vez mais proeminente presença do Brasil no comércio exterior, tendo conquistado a posição de quarto maior produtor de alimentos do mundo. A produção exportável do Brasil alimenta quase 1 bilhão de habitantes do planeta. 

A incorporação das melhores práticas de produção, a adesão às inovações tecnológicas, o uso racional dos recursos naturais, o respeito às regras de bem-estar animal e o acompanhamento das inovações científicas – todos esses fatores juntos e somados resultaram em alta produtividade e uma invejável produção sustentável. 

Essa é a verdadeira fotografia do agro brasileiro, que aos poucos vai sendo reconhecido e valorizado pela população, pois é uma verdade avassaladora, testemunhada diariamente pela presença de alimentos saudáveis, acessíveis e abundantes nas mesas dos brasileiros. Imagens de ações prejudiciais ao meio ambiente, frequentemente divulgadas por agentes mal informados ou mal intencionados, são exceções em relação à realidade que o próprio agro combate e repudia, pois são contrárias à sua natureza. 

É fundamental mencionar que no universo do agro coabitam e convivem, cada um com suas peculiaridades e habilidades produtivas, os micro, pequenos, médios e grandes produtores. Por meio da especialização ou da produção em massa, eles conquistam grandes mercados ou nichos específicos e diferenciados. Nesse aspecto, é essencial reconhecer a contribuição de dois sistemas para o sucesso desse público. Um deles é o Sistema S – Senar, Sescoop, Sebrae, entre outros – que leva conhecimento ao campo de forma contínua e intensa, qualificando e requalificando produtores, empresários e famílias rurais por meio de treinamentos, cursos e formação técnica e universitária. Os efeitos dessas ações não são apenas econômicos, mas também resultam em melhoria da qualidade de vida e na formação da consciência cidadã das atuais e futuras gerações. 

Outra presença importante, que articulou resultados sociais, culturais e econômicos, foi o sistema cooperativista, que organizou a produção, conferiu competitividade aos pequenos produtores, orientou processos de crescimento, ofereceu assistência técnica, promoveu a difusão tecnológica e envolveu milhares de famílias rurais nos processos de mudança e transformação. 

É preciso reconhecer uma verdade histórica: a ausência do Estado foi mitigada pela ação das cooperativas e pelo fomento à agropecuária em regiões onde, naquela época e com aquelas condições geográficas, não havia outras possibilidades de trabalho, renda e empreendimentos. A distância das vastas regiões agrícolas, as deficiências de infraestrutura e as carências gerais das comunidades rurais eram os desafios imperativos daquele tempo. 

Quando celebramos a força de nossa agricultura e agronegócio, é justo lembrar de suas origens em um período marcado por dificuldades e obstáculos que hoje são superados pela expansão do agro e pela atuação estatal. 

A contribuição do agro continuará crescendo, impactando positivamente a economia nacional, gerando receitas cambiais, criando empregos e garantindo segurança alimentar para os brasileiros, independentemente do reconhecimento que merece.  

Fonte: MB Comunicação